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Começo dizendo que sou uma pessoa saudosista. Encanto-me com as décadas que fizeram parte da minha existência, porém não desmereço aquelas que apenas a história me foi apresentada ou até mesmo aquelas que no momento, estou ajudando a construir. Não leve essa minha frase como sendo prepotente, pelo contrário. Cada um de nós faz parte de um todo, e é assim que se constroem gerações.

Comunicação, sempre foi o “menino dos meus olhos”, desde criança (sim eu usei da minha “licença poética” para mudar a expressão). Enquanto os adultos saiam da frente da televisão para fazer pipoca, encher o copo com seu refrigerante favorito eu ficava ali, admirada com todos aqueles mundos paralelos de consumismo: “me beba”, “me vista, “me compre”. Fui arrebatada pela propaganda, sem dó ou misericórdia. E, como muitos da minha geração, fui envolta por esse mundinho de vts de 30 segundos e jingles, onde éramos apenas espectadores de um verdadeiro circo de informações.

Hoje presenciamos uma desconstrução de um paradigma da comunicação. O receptor da mensagem que era meramente tido como um espectador passivo e sem rosto que respondia SIM SENHOR e NÃO SENHOR aos estímulos de consumo ganhou voz. Nós que, da arquibancada assistíamos apáticos e cinzas ao circo de informações ao qual éramos expostos, conseguimos enxergar diante de nossos olhos um vórtice exponencial de consumo, interação, informação e novos paradigmas sociais. Somos agora parte do vórtice. Estamos ganhando voz, rosto, cor e saímos das arquibancadas para compor o show no picadeiro digital da informação. Deixamos de viver em um mercado outrora verticalizado para fazermos parte de um mundo horizontalizado.

Essa nova era de consumo e informação vem sendo construída graças à internet. Ela nos deu voz ativa e construiu suas próprias noções de tempo e espaço. O tempo é agora e o espaço é aqui. A informação chega ate o consumidor aonde quer que ele esteja e na velocidade de um piscar de olhos. Não estamos assistindo a criação da dita era exponencial, somos ela.

O consumidor agora é parte importante na construção de conceitos dentro de uma empresa e da própria sociedade. O uso da internet ajuda a aproximar consumidor e empresa, tornando a relação entre eles mais pessoal e menos formal. Essa postura acaba por incentivar a comunicação direta através desses meios, por parte do consumidor, esteja ele satisfeito ou não com os produtos e/ou serviços oferecidos. Se a vivência com a marca é positiva, vira um evangelizador. Mais eficiente do que um VT de milhões, exibido em horário nobre. Ninguém melhor do que o consumidor para criar esse elo entre as marcas e potencial público. Se for negativa sua experiência, divulga em suas redes e, ao fazer pública sua insatisfação, força uma resposta das empresas. Está errado? Conserte! Está ruim? Melhore!

Esse tipo de feedback jamais foi tão valioso como nos dias atuais. Além de diminuir a distância entre empresas e clientes, a internet possibilitou a renovação das idéias. Não somos mais consumidores, somos colaboradores e construtores de marcas. Criamos e reinventamos maneiras de se consumir.

Mas, se é na internet que o consumidor está, é para lá que as empresas devem migrar. Nunca se falou tanto em branding digital quanto agora. E essa corrida maluca só faz aumentar o volume de informações ao qual somos expostos. E, aos que tem fome de informação, isso é um prato cheio. Mas precisaria ser cheio mesmo?

O volume de informações que o internauta tem ao seu alcance se assemelha a um extenso Buffet livre quando estamos famintos: queremos abocanhar de tudo um pouco, ávidos de fome, sem critério ou foco e na maior quantidade possível. Mas por quê? Nossa atual sociedade é imediatista e busca ao “novo” como se procura ao santo graal. Quando ouvimos que nossa atual sociedade é “obesa de informações, mas faminta de sentido” queremos dizer que nada verdadeiramente é absorvido. O que estamos fazendo com tanta informação?

As mídias sociais fazem com que a informação chegue em minutos aos que se interessam por ela, e somos muitos os que buscam por conteúdo. Mas e quem o produz? Deixamos na mão de poucos o poder da informação por pura comodidade. Podemos ser geradores de informação, desde que estejamos dispostos a isso. A Wikipédia é a personificação desse conceito. Quem imaginaria que, por meio de colaboração, pudéssemos construir e reconstruir a historia?

O mundo gira em torno de nós e nós giramos em torno do mundo. Estamos verdadeiramente descobrindo nossa força e valor dentro da atual sociedade. Somos indivíduos únicos e não meramente gráficos e porcentagens mensuráveis.

Estamos desconstruindo a história, reconstruindo valores e renomeando dogmas e paradigmas. A informação é livre e precisamos fazer com ela o melhor possível. O poder está sobre o teclado e o mouse apontará para o horizonte que desejarmos. O “enter” é a arma mais perigosa de todos os tempos. Use-o com sabedoria.