“Adams Óbvio” e a história de um lendário gênio da propaganda que fez sucesso por ter a capacidade de ir direto ao ponto principal da questão, com uma base mínima de teoria e o máximo de objetividade possível.
Notamos pelo conteúdo da história que Adams primava pela simplicidade. John Sculley define bem essa atitude com a seguinte frase: “A simplicidade é o máximo da sofisticação”.
Ele conseguia enxergar alem do problema. Um exemplo claro disso é a solução que Óbvio sugere a Monarch Hat Company. Seus executivos vêm em busca de solução para uma de suas lojas que não vinha apresentando lucro. O interessante dessa situação é que na mesma cidade, a empresa tinha uma segunda loja que apresentava lucro satisfatório. Adams é enviado até tal cidade e observa que o problema principal da empresa era a localização da loja. A solução? Mudar aquela filial para um endereço mais rentável, assim que o contrato de aluguel vencesse, para que não houvesse prejuízo na quebra do contrato de locação. Após essa tomada de decisão os resultados foram eminentes.
Ao analisarmos o contexto da historia, notamos grande correlação com a atividade de criação publicitária. Para que um slogan ou um texto seja vivaz aos olhos e ouvidos de seu respectivo público alvo, a ‘obviedade’ deve ser aplicada de maneira adequada. Mas como devemos atingir o óbvio, já que ele tende a ser tão simples e comum que não tem apelo à imaginação? Todos nós gostamos de idéias geniais, tendemos a exagerar na busca do óbvio. Mas o que às vezes não conseguimos notar é que em todas as atividades, o óbvio sempre funciona.
Podemos testar o óbvio de cinco maneiras:
1. Depois de encontradas, todas as respostas são óbvias
- Soluções simples para problemas complexos.
- Depois de resolvido, o problema parece fácil.
2. O óbvio está em harmonia com a natureza humana (simplicidade)
- Será que as pessoas vão aceitar minhas idéias?
3. O óbvio não gasta papel
- Nenhuma idéia, plano, programa ou projeto é obvio, a menos que possa ser compreendido e executado por qualquer pessoa de inteligência média.
4. O óbvio brilha no olhar das pessoas (iluminação instantânea)
- Se uma idéia precisar de explicação longa para ser compreendida, ou não é obvia ou talvez ela não tenha sido reduzida a sua mais obvia simplicidade.
5. O óbvio na hora certa (oportunidade)
- A identificação do momento exato de ser executada é tão importante quanto checar sua ‘obviedade’.
Há outros cinco tópicos, esses para que se possa reconhecer o que é obvio. Esses questionamentos conduzem a nossa imaginação pelos caminhos do óbvio. Eles são:
1) Dá para simplificar?
- Não se impressione como a coisa sempre tenha sido feita ou como outras pessoas gostariam de fazê-la. O importante é saber a maneira mais simples de realizá-la
2) Que tal inverter o processo?
- Imagine como seria se tudo pudesse ser completamente invertido
3) Quem opina vai comprar?
- Será que você conta com a aprovação e com a participação do público no seu projeto?
4) “Ainda sai coelho dessa toca”?
- Quais oportunidades estão passando despercebidas porque ninguém se importou de examiná-las?
5) O que era bom pode ficar melhor?
- Quais são as necessidades específicas do caso?
Se seguirmos esses conselhos a tendência é de que nossa visão como empreendedores (especificamente, nesse caso, na redação criativa) se amplie e deixe de ser tão limitada. No momento que um problema se torna solução, a ‘obviedade’ se destaca e junto com ela a necessidade, sendo que essa já existia de maneira despercebida. O grande segredo é saber jogar com as peças que dispomos e não complicar o que de natureza já e simples.